Foi ao ar pela Globo no dia 18 de dezembro passado o especial "Amigas". Trata-se de um programa no qual as sertanejas Maiara amp; Maraísawww kto.com.br， Ana Castela， Simone Mendes e Lauana Prado cantaram canções de seus repertórios e clássicos do gênero. Atrasado， só pude assistir ao especial por meio do Globoplay. E me espantei. Mulheres instrumentistas seguiram excluídas da apresentação.

As quatro "Amigas" são conhecidas no mercado musical como artistas do chamado "feminejo"， segmento do sertanejo que trouxe para o primeiro escalão uma geração de artistas mulheres com temáticas inspiradas pelas pautas feministas.

O especial "Amigas" era para ser uma grande festa do empoderamento feminino. Embora a participação feminina no centro da cultura de massa seja exaltada em várias letras das canções e falas das artistas， o que se vê é algo bem tradicional. Na prática， as mulheres continuam em grande parte excluídas da profissão de músico.

Fora as duas coristas que acompanharam as apresentações das "Amigas"， as backings Isa Barbosa e Jenni Rocha， não havia nem sequer uma instrumentista mulher na banda de 14 integrantes. Nenhuma!

Ainda nos dias de hoje as mulheres são frequentemente excluídas do meio musical， especialmente da prática profissional de instrumentos. E， quando as mulheres conseguem atingir o mercado de músico， quase sempre ficam legadas a determinados instrumentos， especialmente flautaswww kto.com.br， violinos e pianos， culturalmente vistos como "femininos".

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