Os foliões que curtem o Carnaval de Pernambuco têm como principais locais para curtir a festa o Marco Zero， no Recife， e a Praça do Carmo e as famosas ladeiras， em Olinda. Mas， para além dissoapostar 1 real e ganhar dinheiro， há alternativas para brincar a festa nas duas cidades em espaços que têm apresentações de outros gêneros musicais ou ligadas a raízes locais.

O movimento de descentralização do Carnaval no Recife vem ganhando força ao longo dos últimos dez anos.

Na capital， haverá 50 polos no Carnaval deste ano， sendo 37 descentralizados (fora da área central). Em 2014， o número de polos descentralizados era 13. Ou seja， o volume quase triplicou no período.

De acordo com a prefeitura， o principal objetivo é democratizar o acesso ao evento e facilitar a vida dos foliões， que podem encontrar atrações em todas as regiões da cidade.

Professora de história da Universidade Católica de Pernambuco， Lídia Rafaela Santos， que estuda a cultura do Carnaval， avalia que o aumento tem impactos na ocupação urbana e cultural da cidade.

"Descentralizar a festa é um ganho e traz camadas diversas para a cidade. As pessoas atualmente vivem mais nos bairros que nos centros， que não são muito ocupados"， afirma.

Ela aponta também a necessidade de ampliar os espaços culturais em períodos além do Carnaval. "Vivenciar a cultura em vários momentos do ano seria benéfico para a percepção das relações das comunidades"， diz.

A programação dos polos descentralizados foi definida por meio de votação em plataformas digitais e também pelo WhatsApp. Uma lista de opções foi levada ao público.

"Os polos descentralizados buscam respeitar a identificação local. Esse perfil é construído na linha do tempo， seja porque em algum momento a prefeitura colocou alguma atração que agradou o território ou porque tem uma identificação com algum estilo"， diz o presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife， Marcelo Canuto.

O Ibura， bairro da zona sul do Recife， é conhecido por ter predominância do brega. A Várzea， na zona oeste， e o Poço da Panela， bairro rico da zona norte， são palcos da música instrumental e da alternativa， que se somam ao frevo e ao samba.

Mais de 98% das 3.000 atrações são de artistas pernambucanosapostar 1 real e ganhar dinheiro， segundo a gestão municipal.

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